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Doenças Neurodegenerativas e Stress Oxidativo

         A teobromina é capaz de se ligar ao DNA, em concentrações milimolares, podendo também interagir com o RNA. Apesar das consequências fisiológicas completas ainda não serem conhecidas, pensa-se que a interação destas moléculas do cacau com o DNA e RNA possa ter impacto na expressão de genes. Desta forma, o impacto na expressão de genes tem o potencial para diminuir o risco de doenças neurodegenerativas

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          A teobromina é capaz de reduzir a toxicidade celular causada pela produção de óxido nítrico, redução do stress oxidativo, danos ao DNA e peroxidação lipídica nas células.

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Trato Respiratório

    A teobromina é útil na asma e em outros problemas do trato respiratório, na medida em que melhora a broncodilatação em pacientes com asma.

       

      A poli(ADP-ribose)polimerase-1 (PARP-1) é um alvo das metilxantinas e consiste numa enzima nuclear que é pouco inibida pela cafeína, mas significativamente inibida pela teobromina. Assim, a inibição da PARP-1 reduz significativamente a inflamação dos pulmões.

 

    Além disso, a teobromina pode reduzir a neovascularização que acompanha o crescimento de um tumor e pode reduzir os sintomas agudos e a angiogénese na asma.

 

      Por estas razões, considera-se a ingestão do chocolate para o alívio dos sintomas de asma.

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Proteção do esmalte

        A teobromina tem capacidade de  proteger a superfície do esmalte e de preservar a estrutura dos dentes.

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    Há que ter em atenção à presença de carboidratos no cacau, na medida em que estes são  metabolizados por bactérias da boca podendo levar à formação de cáries dentárias. No entanto, tanto a teobromina inibe a cárie dentária.

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     Deve ser encontrada uma alternativa mais adequada ao cacau, como por exemplo o  cacau sem açúcar, pois este apresenta os benefícios referidos, reduz a ingestão calórica e previne as cáries dentárias.

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          Estudos confirmaram que a exposição regular à teobromina levou ao aumento da microdureza da superfície do esmalte e auxiliou na recristalização da superfície.

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         Estes fatores são decisivos para a promoção, num futuro próximo, de dentifrícios contendo teobromina.

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Sono

         Foram estudados alguns nutrientes associados à duração do sono, pelo que se averiguou que a teobromina é o que mais contribui para a sua durabilidade. Esses resultados contrastam com os conhecidos pela cafeína, que causa insónias na população em geral. Assim, a teobromina é benéfica e não está associada a distúrbios do sono.

 

       Sabe-se que períodos de descanso de curta duração estão associados a problemas cardiometabólicos e psiquiátricos, enquanto que uma correta duração de sono contribui positivamente para a saúde física e mental. Períodos de descanso curtos(<6h) e longos(>9h) foram associados a pouca teobromina e períodos normais (7-8h) foram associados a uma ingestão maior desta.

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Antitússico

      Os benefícios da teobromina na tosse parecem relacionar-se não só com seu potencial anti-inflamatório, como também com a modulação da reatividade das vias aéreas.


​    A teobromina tem efeitos benéficos nas vias aéreas devido à sua capacidade supressora do reflexo da tosse ("antitússica") através da cessação da atividade do nervo vago. Apresenta vantagens em relação a outros antitússicos  por ter efeitos supressores maiores e não terem sido identificados efeitos adversos.

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        O chocolate negro está a ser investigado como uma alternativa devido à sua capacidade na redução da tosse em pacientes com cancro.

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Gravidez

      O consumo de chocolate em grávidas foi avaliado através dos níveis séricos de teobromina  do cordão umbilical. Conclui-se que há uma associação deste consumo com um menor risco de pré-eclâmpsia.

 

      O aumento do consumo de chocolate no primeiro e no terceiro trimestres foi indicativo da redução do risco de pré-eclâmpsia. Além disso, mostrou ser protetor no primeiro trimestre da gravidez, ao prevenir a hipertensão gestacional.

         

          Durante a gravidez, a teobromina é capaz de melhorar a circulação placentária e inibir a xantina oxidase. Ao inibir esta enzima, em caso de hipóxia há o aumento das espécies reativas de oxigénio e radicais livres.

EFEITOS BENÉFICOS NA SAÚDE HUMANA

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Cardiovascular

       A teobromina é eficaz na proteção cardiovascular e na redução do risco de doenças coronárias devido ao aumento significativo dos níveis plasmáticos de HDL colesterol e diminuição dos níveis de LDL no plasma.

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     Para além do mais, a  teobromina é considerada vasodilatadora e pensa-se que este efeito está associado ao alívio da dor causada pela angina de peito. A teobromina pode também ser usada na  prevenção e tratamento da disfunção vascular e inflamação.


   A atividade da enzima nuclear poli(ADP-ribose)polimerase-1 (PARP-1) é inibida pela teobromina. Esta enzima está implícita em doenças inflamatórias agudas e crónicas, como o acidente vascular cerebral, isquemia-reperfusão e diabetes e implícita também na doença  de obstrução pulmonar crónica. 

 

  Por esse motivo, a teobromina é um agente dietético potencialmente útil no tratamento da disfunção vascular e inflamação.

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Renal

      Como a adenosina desempenha um papel importante na regulação do fluxo sanguíneo, afeta o fluxo sanguíneo renal e as taxas de filtração glomerular.

 

      O sistema vascular renal é regulado pelos recetores de adenosina A1 e recetores A2. Como a teobromina tem afinidade para o recetor de adenosina possui um pequeno efeito diurético.

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Perda de peso

    Na ausência da adenosina, a lipólise das células adiposas pode ser estimulada por inibidores da fosfodiesterase potentes. A capacidade das metilxantinas de estimular a lipólise basal e a lipólise estimulada pela noradrenalina está relacionada com a sua potência como antagonista da adenosina.

       Estudos revelaram que a administração a curto prazo de chocolate negro levou ao aumento significativo da sensibilidade à insulina e uma diminuição na pressão arterial em pessoas saudáveis. O efeito foi determinado como sendo devido aos flavonóides do cacau, mas não se descarta o envolvimento do bloqueio do recetor de adenosina.

   Por outro lado, o consumo de chocolate está associado a uma alta ingestão calórica, tendo em conta os açúcares habitualmente adicionados. Assim, a menos que substituam os açúcares por ingredientes de baixo valor calórico, os benefícios do cacau nas questões endócrinas relacionadas à glicose e à regulação dos lípidos podem ser contrastados ou mesmo revertidos por um aumento do peso.

NOTA IMPORTANTE

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       Atualmente, a teobromina não é utilizada como medicamento. No entanto, o Dicionário Médico de Stedman descreve a teobromina como "diurético, estimulante do miocárdio, dilatador das artérias coronárias e relaxante do músculo liso". A teobromina foi, em tempos, utilizada também para tratar a arteriosclerose, algumas doenças vasculares periféricas, angina de peito e hipertensão.

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      Apesar de todo seu potencial farmacêutico, o uso terapêutico da teobromina é limitado, uma vez que esta é uma base fraca com baixa solubilidade aquosa (0,7 g/L). Devido a esta característica, são necessárias altas doses para se alcançar os efeitos terapêuticos desejados, o que leva a reações adversas, como náuseas e tonturas. 

 

       Assim, os efeitos benéficos relatados sugerem que a teobromina poderá, num futuro próximo, ser utilizada como medicamento, preventivo ou curativo.

1. Franco R, Oñatibia-Astibia A, Martínez-Pinilla E, (2013) Health Benefits of Methylxanthines in Cacao and Chocolate. Nutrients 5(10), 4159-4173. https://doi.org/10.3390/nu5104159

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2. Martínez-Pinilla E, Oñatibia-Astibia A, Franco R ( 2015) The relevance of theobromine for the beneficial effects of cocoa consumption. Front.Pharmacol. 6(30). https://doi.org/10.3389/fphar.2015.00030

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3. PINHO LAG, (2018) APERFEIÇOAMENTO DE PROPRIEDADES FARMACÊUTICAS DE TEOBROMINA E DE EXTRATO DE CACAU EMPREGANDO TERMOEXTRUSÃO E OUTRAS TECNOLOGIAS DE PROCESSAMENTO, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

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4.Saftlas AF, Triche EW, Beydoun H, Bracken MB, (2010) Does Chocolate Intake During Pregnancy Reduce the Risks of Preeclampsia and Gestational Hypertension?.20(8) 584-591 https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2010.05.010.

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5. Smith HJ (2010) Theobromine and the Pharmacology of Cocoa. In: Fredholm BB (ed) Methylxanthines, 1ª ed. Springer, Berlin, Heidelberg, pp 201-234

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6. Triche EW, Grosso LM, Belanger K, Darefsky AS, Benowitz NL, Bracken MB, (2008) Chocolate consumption in pregnancy and reduced likelihood of preeclampsia. Epidemiology. 19(3):459-464. doi:10.1097/EDE.0b013e31816a1d17​

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